Paulo Roberto Aranha NOUER, Darcy Flávio NOUER, Ivana Uglik GARBUI, Zeferino Yutaka MIYAMURA, Orivaldo TAVANO, Ynara Bosco de Oliveira LIMA-ARSATI
A definição da posição do incisivo inferior oferece ao clínico dados para um correto planejamento e tratamento, assim como melhor estabilidade na pós-contenção. Observa-se, porém, que as análises cefalométricas mais utilizadas em Ortodontia para o diagnóstico geralmente são baseadas em indivíduos leucodermas, que diferem em características craniofaciais das outras raças. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivo estudar o comportamento do incisivo inferior em relação às referências incisais preconizadas por Andrade (1-Jr), Interlandi (1-linhaI), Vigorito (1-linhaV) e Ricketts (1-linha AP) em jovens brasileiros melanodermas com oclusão normal, verificando também a ocorrência de dimorfismo sexual. Foram selecionadas 36 telerradiografias de cabeça tomadas em norma lateral de indivíduos brasileiros, melanodermas, na faixa etária de 10 a 14 anos, de ambos os gêneros, com oclusão clinicamente normal e que nunca se submeteram a tratamento ortodôntico, do Setor de Documentação Científica do Curso de Pós-Graduação em Ortodontia da FOP/UNICAMP, nas quais foram traçados os pontos, linhas e planos cefalométricos necessários para obtenção das referências incisais e medidas nas análises sugeridas pelos autores selecionados. Os valores médios obtidos para a posição do incisivo inferior diferiram entre si por duas análises estatísticas, havendo diferença significativa (p menor que 0,05) entre os métodos estudados. Também não houve dimorfismo sexual. Concluiu-se que a posição dos incisivos inferiores em indivíduos jovens melanodermas brasileiros apresenta inclinação e vestibularização maior que a preconizada pelos autores consultados, e que a análise de referência incisal de Andrade (1-Jr) parece se comportar mais adequadamente para este grupo étnico.
Palavras-chave: Cefalometria. Negros. Grupo ancestral do continente africano. Ortodontia.
Saturday, November 23, 2024 05:35