|Weber Ursi|
A carga horária necessária para a formação de um especialista em Ortodontia tem sido motivo de debate nos últimos anos. Ao contrário de outros países, no Brasil não existe controle governamental do número de dentistas com relação à população, o critério é que “o mercado regulariza o número pela demanda”. O que aconteceu aqui foi um aumento desenfreado dos cursos de Odontologia e um desequilíbrio na “oferta” de profissionais. Com a graduação de um contingente enorme de profissionais, ocorreu uma forte pressão na procura de Cursos de Especialização, principalmente em áreas como a Ortodontia e a Implantodontia. O resultado foi a abertura de uma infinidade de novos cursos, com cargas horárias variáveis, combinação de várias turmas ao mesmo tempo, com qualidade duvidosa na formação dos profissionais. Por muitos anos o Conselho Federal de Odontologia exigiu um mínimo de 1.000 horas, enquanto o MEC determinou genericamente o número mínimo de 360 horas-aula para cursos de especialização (lato sensu). Esse número de 360 horas-aula é o mesmo para todas as áreas do conhecimento, sem considerar as peculiaridades da área da saúde, como riscos ao paciente por imperícia ou imprudência, devido a uma formação profissional deficiente. Somente como comparação, a carga horária dos cursos de pós-graduação nos Estados Unidos, em sua grande maioria de mestrado, varia de 3.500 a 4.800 horas; na Europa a proposta é de, no mínimo, 4.800 horas.
Saturday, November 23, 2024 05:38