Ricardo de Souza Tesch
Durante a realização de procedimentos de cirurgia ortognática, quando a mandíbula é avançada e fixada em sua nova posição, os tecidos adjacentes são estirados e tendem a deslocar o segmento distal de volta à sua posição original. Não apenas a quantidade de avanço mandibular e o grau de rotação anti-horária maxilomandibular realizados, mas também a rigidez da técnica de fixação, contribuem para o aumento da carga que incide sobre a articulação temporomandibular (ATM), influenciando sua posição final e integridade1. Usualmente, a resposta a essa carga excessiva é adaptativa, incluindo a remodelação óssea fisiológica do côndilo e da fossa temporal, podendo ou não estar associada a processos transitórios de artralgia e limitações funcionais2. Eventualmente, pode ocorrer maior destruição da cartilagem condilar e osso subcondral subjacente, extrapolando o nível de tolerância adaptativa e precipitando o desenvolvimento de alterações esqueléticas e da oclusão, fenômeno denominado reabsorção condilar pós-cirúrgica (RCP)3.
Como citar: Tesch RS. Reabsorções condilares pós-cirúrgicas. A culpa é do disco articular? Rev Clín Ortod Dental Press. 2016 Fev-Mar;15(1):18-23.
Saturday, December 28, 2024 00:08