Alberto CONSOLARO, Débora de Almeida BIANCO
As reabsorções radiculares decorrentes da movimentação ortodôntica não têm evidência científica consistente que as correlacione com a hereditariedade, predisposição e suscetibilidade genética ou familiar. Os trabalhos sobre esse tema apresentam erros metodológicos e interpretativos, em especial quanto ao diagnóstico e à mensuração das reabsorções radiculares a partir de ortopantomografias e cefalogramas. As amostras são heterogêneas — quanto aos operadores clínicos e tipos de planejamentos aplicados — e em número muito pequeno, considerando-se a prevalência das reabsorções dentárias na população. Quase todos os eventos biológicos são codificados e gerenciados a partir dos genes, mas não por isso as reabsorções dentárias são hereditárias, o que seria demonstrado em heredogramas e outras formas de estudos familiares. Nas reabsorções radiculares em Ortodontia, não é possível determinar percentuais de quanto seria decorrente da hereditariedade ou da genética, de fatores ambientais e de fatores desconhecidos. Não se faz necessário transferir a “culpa” das reabsorções dentárias para eventos externos à Ortodontia pois, na grande maioria dos casos, elas não são iatrogênicas. Na prática ortodôntica, quando se faz a análise de todos os dentes e o planejamento, via radiografia periapical ou tomografia computadorizada, e quando se leva em consideração os fatores preditivos, as reabsorções dentárias não serão de natureza iatrogênica, e devem ser encaradas como uma das intercorrências clínicas do tratamento aplicado.
Palabras Clave: Reabsorções dentárias. Reabsorções radiculares. Movimentação dentária. Hereditariedade.
Cómo citar: Consolaro A, Bianco DA. Tooth resorptions are not hereditary. Dental Press J Orthod. 2017 July-Aug;22(4):22-7. DOI: https://doi.org/10.1590/2177-6709.22.4.022-027.oin
sábado, 28 de diciembre de 2024 06:04